09/10/2012

Mundo ao contrário

O regresso à rotina tem-se revelado mais uma espécie de colisão frontal violenta com a realidade. 

1 - Do muito de bom que se retirou do evento que permitiu que estivéssemos rodeados de todos aqueles que nos são mais próximos (poucos foram os que infelizmente não conseguiram), sobrou uma réstia de azedo. Azedo provocado pela desilusão daqueles que tínhamos para nós como amigos. Pelas ausências injustificadas por desculpas esfarrapadas, pelas presenças dos que, ao contrário do que seria de esperar, não partilharam da felicidade do dia. Ferir ou provocar um amigo não é conivente com honestidade (nem tão pouco soa bem na mesma frase que "amigo"). Desses guardo o ensinamento (porque começa a ser repetitivo o engano), e a esperança que a vida lhes traga um pouco de felicidade.*

2 - A conjuntura gera desorientação. Os bons vão, os maus ficam. Não compreendo a lógica. Corrói o sentido de justiça que, aos poucos, vou reconhecendo como escasso. 

3 - A ganância de querer mais, as embirrações pessoais, a insegurança (que mais tarde ou mais cedo acaba por ameaçar as migalhas que juntamos com sacrifício, neste caso, na primeira viatura por nós adquirida).

E deixa-me, tudo isto, com um sentimento profundo de tristeza. 
Não é, de todo, justo... Não é.


*Nunca é demais dizer que todos os que estiveram, ajudaram, ou, de alguma forma, nos transmitiram genuína felicidade, eliminam grandemente tudo o resto.