28/10/2007

Tu Mudaste a Natureza...

Quando eu não te tinha
Amava a Natureza como um monge calmo a Cristo.
Agora amo a Natureza
Como um monge calmo à Virgem Maria,
Religiosamente, a meu modo, como dantes,
Mas de outra maneira mais comovida e próxima ...
Vejo melhor os rios quando vou contigo
Pelos campos até à beira dos rios;
Sentado a teu lado reparando nas nuvens
Reparo nelas melhor — Tu não me tiraste a Natureza ...
Tu mudaste a Natureza ...
Trouxeste-me a Natureza para o pé de mim,
Por tu existires vejo-a melhor, mas a mesma,
Por tu me amares, amo-a do mesmo modo, mas mais,
Por tu me escolheres para te ter e te amar,
Os meus olhos fitaram-na mais demoradamente
Sobre todas as cousas.
Não me arrependo do que fui outrora
Porque ainda o sou.

Alberto Caeiro

Amigos...

Há uma série de questões que se têm colocado nos últimos tempos. Há amigos e Amigos; Há os que julgamos que são Amigos, os que são realmente Amigos e aqueles que nos deixam na dúvida, porque colocam em causa uma série de intenções da nossa parte.

Até que ponto devemos/podemos interferir na vida dos nossos amigos? Até que ponto devemos dar o que podemos dar, até onde podemos mostrar tudo o que somos?


Até que ponto nos devemos preocupar com este tipo de questões, quando a preocupação só parte de nós?


São apenas dúvidas, porque há uma resposta lógica para todas elas. No entanto, quando há sentimentos em causa, a lógica pode deixar de existir, e contrariamos uma série de principios para agirmos de acordo com a mesma...


Esperam-se dias melhores...

24/10/2007

He walks you say sit down it's just a talk

Step one you say we need to talk
He walks you say sit down it's just a talk
He smiles politely back at you
You stare politely right on through
Some sort of window to your right
As he goes left and you stay right
Between the lines of fear and blame
And you begin to wonder why you came

Where did I go wrong, I lost a friend
Somewhere along in the bitterness
And I would have stayed up with you all night
Had I known how to save a life

Let him know that you know best
Cause after all you do know best
Try to slip past his defense
Without granting innocence
Lay down a list of what is wrong
The things you've told him all along
And pray to God he hears you
And pray to God he hears you

Where did I go wrong, I lost a friend
Somewhere along in the bitterness
And I would have stayed up with you all night
Had I known how to save a life

As he begins to raise his voice
You lower yours and grant him one last choice
Drive until you lose the road
Or break with the ones you've followed
He will do one of two things
He will admit to everything
Or he'll say he's just not the same
And you'll begin to wonder why you came

Where did I go wrong, I lost a friend
Somewhere along in the bitterness
And I would have stayed up with you all night
Had I known how to save a life

The Fray - How To Save a Life

20/10/2007

Guardador de Rebanhos - II

"O meu olhar é nítido como um girassol.

Tenho o costume de andar pelas estradas

Olhando para a direita e para a esquerda,

E de vez em quando olhando para trás...

E o que vejo a cada momento

É aquilo que nunca antes eu tinha visto,

E eu sei dar por isso muito bem...

Sei ter o pasmo essencial

Que tem uma criança se, ao nascer,

Reparasse que nascera deveras...

Sinto-me nascido a cada momento

Para a eterna novidade do mundo...

Creio no mundo como num malmequer,

Porque o vejo. Mas não penso nele

Porque pensar é não compreender...

O Mundo não se fez para pensarmos nele

(Pensar é estar doente dos olhos)

Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo...

Eu não tenho filosofia: tenho sentidos...

Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,

Mas porque a amo, e amo-a por isso,

Porque quem ama nunca sabe o que ama

Nem sabe por que ama, nem o que é amar...

Amar é a eterna inocência,

E a única inocência não pensar..."


Alberto Caeiro

Bom Fim-de-Semana!

(e eu bem preciso de um desses...)

07/10/2007

Mar Adentro...

Respiro fundo... Angustiante, clarificador, puro, profundo... são características que dificilmente atribuímos a um filme. Supreendentemente realista e humano, é assim o filme de Alejandro Amenábar, com Javier Bardem como Ramón Sampedro.






06/10/2007

Balançar...

Raramente me vejo com tranquilidade. Por vezes, vivo debaixo de um típico céu de Inverno, carregado, na iminência de desabar numa bátega... sinto-te descontente com tudo e com todos, sobretudo comigo.

Frequentemente mereço puxões-de-orelhas, porque raramente tenho razão no que penso acerca de mim e daqueles que me rodeiam. Tenho tanto e parece que valorizo tão pouco...

Temo ficar/estar só, mas cada vez mais porque não aceito a minha presença como ela é, sobretudo quando deixei de ter motivos para não acreditar em mim...

Parece que ao fim de tanto tempo, tenho que aprender a viver comigo... tenho que aprender a não me refugiar na presença dos outros... relativizar a minha presença nas suas vidas... aprender a ser eu.
Caminhada dura... tarefa que não posso dividir com ninguém...

Quanto a ti, és o meu "Porto-de-abrigo"... e sei que imaginas o que isso significa para mim...



05/10/2007

Feist...


"Honey Honey"
Honey honey up in the trees
Fields of flowers deep in his dreams
Lead them out to sea by theast
Honey honey food for the bees

Honey honey out on the sea
In the doldrums thinking of me
Me on dry land thinking of he
Honey honey not next to me

Even if he wanted to
Even if he wanted to
Even if he wanted to
Do you think he'd come back
Would he come back

Oh no..

Honey honey out on the sea
In the doldrums waiting for me
Me in my boat searching for he
Honey honey food for the bees