14/07/2006

Gato Preto, Gato Branco

Depois de pôr fim à saga de conseguir ver o "Casablanca" (mais uma grande lacuna a preencher no meu conhecimento cinematográfico), decidi ver "Gato Preto, Gato Branco". A verdade é que não consegui parar de ver. É um filme de qualidade extrema, que mostra realidades que nós, gente insignificante e alheada do resto do mundo, jamais conheceriamos. Certo é que já não sabia se devia rir ou chorar... Fica a recomendação de um belo filme de Kusturica para não perder. (Gostei da referência ao "Casablanca", que nem de propósito... )
"Louie, I think this is the beggining of a beautiful friendship."

"Num cenário próximo das margens do Danúbio, Matko Destanov (Severdzan) envolve-se em todas as negociatas que pode, invejando a riqueza do amigo Dadan (Todorovic).Com a ajuda de algumas mentiras, Matko consegue um empréstimo do "padrinho" local, Grga Pitic (Sulejman), um companheiro de outros tempos, e de outros crimes, do seu pai, Zarije (Memedov). Os "avôs" já não se encontram muito bem de saúde, mas mantém o discernimento e o bom humor. Matko convence Dadan a ajudá-lo num roubo, mas as coisas vão correr mal, o que coloca o primeiro numa situação de dívida para com o segundo. Dadan aproveita o crédito para negociar o casamento da sua irmã, Afrodita (Ibraimova), com o filho de Matko, Zare (Ajdjni). Zare, claro, não está nada interessado, não só porque não gosta da noiva imposta, conhecida por "anã" e "joaninha", mas porque está apaixonado por Ida (Katic), que trabalha num bar das redondezas. Emir Kusturica volta a pegar em personagens ciganos, neste filme vencedor do prémio para a melhor realização no Festival de Veneza. Imagens verdadeiramente surreais, como músicos pendurados em árvores, cadáveres escondidos e conservados em blocos de gelo, animais a digerir calmamente símbolos da civilização humana ou troncos de árvore a atravessar a estrada comportamentos obsessivos, como a ingestão de sumo de laranja, querer casar uma irmã à força para satisfazer os desejos de um progenitor falecido ou ver continuamente o final de "Casablanca", em casa, em viagem ou num hospital: são alguns dos ingredientes com que Kusturica cozinhou o seu "Gato", numa comédia pura e directa. "
Texto retirado de http://www.urbi.ubi.pt, magazine de cinema da UBI

1 comentário:

Paulo Figueiredo disse...

nunca vi, mas tenho curiosidade em ver!

bj