Coisas que dificilmente se explica porque mexem connosco:
James Gandolfini morreu de ataque cardíaco aos 51 anos. Foi só o protagonista de uma das melhores séries de sempre. Grande actor, grande personalidade e grande perda.
Ora e eis que não acrescentaria muito ao que se diz aqui.
Afinal ainda há esperança. Não é assim tão expressiva a "carneirada".
"Miguel Gonçalves? É isto:
A única coisa que esse gajo sabe fazer é gritar em palestras e aproveitar-se da ingenuidade e do desespero das pessoas. Trabalhar que é bom, nada. Era preciso vir alguém perguntar-lhe: filhinho, cadês a tua produção? A tua contribuição? Resultados? Ao invés, é contratado pelo Estado para gritar aos ouvidos das pessoas e mandá-las trabalhar. E, na boa, é como diz o Ricardo, eu também não quero um emprego a sério, sabe deus o que isso quer dizer, mas o que não dá é pra ter a cara de pau de andar a gritar na cara das pessoas que têm que bater não sei o quê, como se ele fizesse mais do que simplesmente ter ataques histéricos em cima de um palco. 'Tá certíssimo o Ricardo.
Fora que também me vão descompensando muito o nervo esses seres superiores que, por tudo e por nada, gritam aos quatro ventos que trabalham. São os mesmos que apoiam e louvam os Miguéis Gonçalves da vida e eu cá tenho muito medinho dessa gente...
Já para não falar na estupidez do argumento do mercado. Não sei se já se deram conta, mas essa esquizofrenia da ditadura do mercado levou-nos onde nos levou, com os brilhantes resultados que se vêem por esse mundo afora, EUA incluídos. Enquanto não se convencerem de que nem todos damos pra empreendedores, que é uma palavra que me começa a irritar muito, para chefes de vendas, para CEOs, para qualquer que seja a profissão do momento que dá dinheiro e é cool, tem de ter um nome em estrangeiro, não vamos a lado nenhum. Isso só gera uma frustração sem tamanho, mesmo a quem consegue chegar a esses cargos. E quem diz isso, diz: nem toda a gente almeja ir ao jantar de Natal da empresa, aochurrasco do freitas da contabilidade, ao chá de bebé da secretária do chefe, muito menos vestir um tailleur, uns saltos altos, e pavonear-se e ser uma filha da puta para os empregados, porque assim é que se chega a algum lado. É gente que depois vende os Ferraris e vai pra Chapada dos Viadeiros ver os OVNIs, se o coração aguentar até lá, se não morrer de remorsos, se não se matar entretanto. É como diz o Einstein, ou a frase que lhe atribuiram na net: se julgares um peixe pela sua capacidade de subir a uma árvore ele vai achar a vida toda que é estúpido. Somos diferentes, queremos coisas diferentes, temos necessidades diferentes, como tal, temos, necessariamente, de fazer coisas diferentes uns dos outros. É simples assim. E bem podem os Miguel Gonçalves e os Arrumadinhos da vida virem gritar-me aos ouvidos que eu não vou longe, o que eu não aguento, mesmo, é não dormir descansadinha e, lamentavelmente, os padrões morais que herdei dos meus paizinhos não me permitem andar aí a vender banha da cobra a quem nem sequer a quer, muito menos precisa dela. "
- Pacifismo e civismo (as migalhas destabilizadoras resumiram-se à sua insignificância);
- Semblantes carregados/cansados;
- Jovens: muito poucos. Aqueles que deveriam ser a esmagadora maioria não estavam. Os que têm o futuro hipotecado e adiado não estavam. Julgava, pelos vistos erradamente, que eram sobretudo estes que mais sentiam as maleitas da crise na pele. Não são. Uma vez mais são os pais. Os que já passaram por isto e, melhor do que nós, saberão disto da experiência de vida. Fica o desconsolo de ver que, novamente, os pais é que defendem a pele dos filhos, desta geração inanimada, mal habituada.
(resumidamente, a noção/consciência da dureza do que atravessamos, do que estaremos para atravessar e, eventualmente, alguma vontade controlável de chorar... Mas isto sou eu que ando muito sensível. Não me via neste preparo, a sério que não)
Dia fusco.
Para já, a digestão de más notícias e a perspectiva de um futuro pouco confortável e incerto.
Os tempos que se adivinham serão de reinventar*.
E a propósito disto: vida - 1, previsões parvas - 0
*Não sei muito bem o quê, mas alguma coisa me ocorrerá.
Ar Condicionado ligado a 24 ºC;
Encasacamento polar fechado até às orelhas.
Nariz entupido.
Espirros.
Sensação de frio, apesar da companhia do chá quente.
Conta perdida aos lenços de papel.
... está sol e um frio cortante, que puxa ao aconchego dos casacos quentes (que, diga-se, me agradam bastante).
Chegada a casa à hora de almoço (que estava pronto), deparei-me com uma casa praticamente limpa e, portanto, pude antever um início de fim-de-semana bem mais agradável do que imaginava.
Mais logo, programa modesto, para, pelo menos, fugir da rotina (e após 4 meses de tentativas em vão).